terça-feira, 8 de junho de 2010

Cartas de amor não enviadas...

Escrevendo o amor...
 
Sempre me disseram que escrevendo sou melhor com meus sentimentos, lido melhor com eles, sendo que quando os traduzo em palavras coloco no papel, sempre me entendem melhor, tenho tempo de organizá-los e dar forma a eles, junto palavras, construo frases que acabam em textos, cheios de tudo que tenho de mais raro em mim, textos que demonstram o que realmente sinto, como realmente sou, mas até hoje não tinha escrito nada a respeito de nós, não tinha escrito nada pra você, nada sobre a gente, sobre esse amor gostoso que a gente viveu, esse sentimento seguro, sereno, tranqüilo, esse sentimento que fez tão bem ao meu coração, que me fez romper barreiras, abandonar meus traumas, deixar de lado meus medos e minhas recusas, esse amor que foi crescendo devagar, que foi tomando forma, ao qual rejeitei por algum tempo, não queria acreditar que estava acontecendo comigo, tentei não me envolver, fingi que não fazia diferença, mas enfim de forma intensa e rara, me entreguei a ele, me entreguei a você, me entreguei ao amor, ao desejo, me entreguei de corpo e alma, porque passei a acreditar nesse sentimento, passei a querer ele pra mim, tivemos momentos únicos, sensações que jamais havia presenciado, momentos intensos e incríveis, mágicos que revelaram muito a respeito de mim mesma, muito a respeito do que quero de fato pra minha vida, para o meu futuro, você despertou em mim, a vontade de ter um lar e não somente uma casa, um companheiro no lugar de uma paixão, você despertou em mim o desejo de ser novamente família e não individuo, de fazer planos, de construir sonhos a dois, de reconstruir laços que eu havia cortado definitivamente, sonhos que eu havia jurado a mim mesma que jamais voltaria a ter, você com seu jeito carinhoso, meio frio algumas vezes é verdade, me acolheu nos teus braços e me deu um porto seguro, e de repente eu quis ser cuidada por você, eu quis ser sua mulher, eu quis cuidar de você, eu quis sonhar com você, tudo perfeito? Deveria estar, deveríamos estar vivendo um amor único e verdadeiro, desses que só se encontra uma vez na vida, mas eu tremi, eu tremi feio, me amedrontei e deixei esse medo tomar conta de mim, o medo de sofrer, o medo de errar, o medo de amar, o medo de esperar e me sentir dependente de algo que não dependia só de mim, e deixei que esse medo covarde que tomou conta de mim, me fizesse recuar, querer fugir, e eu errei, falei o que não sentia, entendi tudo errado, e te magoei, de um jeito que não sei como reparar, me perco quando te vejo, porque o desejo de ter de volta todo aquele amor tranqüilo, sublime, que preenchia meus dias e dava paz ao meu coração é tão grande, que só faço bobagem, fico ansiosa, nervosa, medrosa, te deixo inseguro e estrago tudo, te vejo escapar das minhas mãos, te vejo me tirar aos poucos do teu coração... Descobri do jeito errado, mas descobri, eu te amo, eu te quero e tenho certeza que posso te fazer feliz, que juntos podemos construir uma vida, um lar e criar nossos filhos e talvez um dia quando estivermos mais maduros e seguros, quem sabe até queiramos ter um outro filho, ter nossa família construir nossos sonhos, apoiar um ao outro e encontrar a tão esperada felicidade o sossego que tanto merecemos a paz de espírito, enfim o AMOR.
 
Escrevi tudo isto, não para te pedir pra voltar pra mim, não pra tentar te comover, nem pra te convencer de nada, mas pra te mostrar um pouco sobre mim, sobre o que penso de nós e sobre o amor que sinto por ti, se algo te tocar e quiseres me escrever, vou ficar muito feliz, se achares que não deves, que não queres me dizer nada, vou respeitar também, mas precisava te dizer tudo isso assim, de forma calma e clara, derramando meus sentimentos no papel, que acho que sempre foi e sempre será a melhor tradução deles...
 
Amo o jeito que você me olha, amo o jeito que você me beija, amo o jeito que você me cheira, me toca, me nota, amo até o jeito que você me odeia, e saiba que prefiro brigar com você a receber flores ou fazer amor com outro qualquer, tivemos bons e não tão bons momentos juntos, mas lembro de tudo com muito carinho e tenho em mim que essa história não deveria ter um FIM...
 
Espero que você encontre suas respostas, antes que meu coração se feche e em tempo de sermos muito felizes juntos...
 

A elegância do conteúdo - Martha Medeiros

MARTHA MEDEIROS
  • A elegância do conteúdo
 
Pouco valerá se formos uma nação de medíocres com dinheiro

De ferramentas tecnológicas, qualquer um pode dispor, mas a cereja do bolo chama-se conteúdo. É o que todos buscam freneticamente: vossa majestade, o conteúdo.

Mas onde ele se esconde?

Dentro das pessoas. De algumas delas.

Fico me perguntando como é que vai ser daqui a um tempo, caso não se mantenha o já parco vínculo familiar com a literatura, caso não se dê mais valor a uma educação cultural, caso todos sigam se comunicando com abreviaturas e sem conseguir concluir um raciocínio. De geração para geração, diminui-se o acesso ao conhecimento histórico, artístico e filosófico. A overdose de informação faz parecer que sabemos tudo, o que é uma ilusão, sabemos muito pouco, e nossos filhos saberão menos ainda. Quem irá optar por ser professor não tendo local decente para trabalhar, nem salário condizente com o ofício, nem respeito suficiente por parte dos alunos? Os minimamente qualificados irão ganhar a vida de outra forma que não numa sala de aula. E sem uma orientação pedagógica de nível e sem informação de categoria, que realmente embase a formação de um ser humano, só o que restará é a vulgaridade e a superficialidade, que já reinam, aliás.

Sei que é uma visão catastrofista e que sempre haverá uma elite intelectual, mas o que deveríamos buscar é justamente a ampliação dessa elite para uma maioria intelectual. A palavra assusta, mas entenda-se como intelectual a atividade pensante, apenas isso, sem rebuscamento.

O fato é que nos tornamos uma sociedade muito irresponsável, que está falhando na transmissão de elegância. Pensar é elegante, ter conhecimento é elegante, ler é elegante, e essa elegância deveria estar ao alcance de qualquer pessoa. Outro dia conversava com um taxista que tinha uma ideia muito clara dos problemas do país, e que falava sobre isso num português correto e sem se valer de palavrões ou comentários grosseiros, e sim com argumentos e com tranquilidade, sem querer convencer a mim nem a ninguém sobre o que pensava, apenas estava dando sua opinião de forma cordial. Um sujeito educado, que dirigia de forma igualmente educada. Morri e reencarnei na Suíça, pensei.

Isso me fez lembrar de um livro excelente chamado A Elegância do Ouriço, de Muriel Barbery, que conta a história de uma zeladora de um prédio sofisticado de Paris. Ela, com sua aparência tosca e exercendo um trabalho depreciado, era mais inteligente e culta do que a maioria esnobe que morava no edifício a que servia. Mas, como temia perder o emprego caso demonstrasse sua erudição, oferecia aos patrões a ignorância que esperavam dela, inclusive falando errado de propósito, para que todos os inquilinos ficassem tranquilos – cada um no seu papel.

A personagem não só tinha uma mente elegante, como possuía também a elegância de não humilhar seus “superiores”, que nada mais eram do que medíocres com dinheiro.

A economia do Brasil vai bem, dizem. Mas pouco valerá se formos uma nação de medíocres com dinheiro.
 

Sons que confortam... Martha Medeiros

MARTHA MEDEIROS
  • Sons que confortam
O choro na sala de parto, o primeiro “eu te amo”, o barulho forte da chuva quando você está no quentinho da sua cama...

Eram quatro da manhã quando seu pai sofreu um colapso cardíaco. Só estavam os três na casa: o pai, a mãe e ele, um garoto de 13 anos. Chamaram o médico da família. E aguardaram. E aguardaram. E aguardaram. Até que o garoto escutou um barulho lá fora. É ele que conta, hoje, adulto: Nunca na vida ouvira um som mais lindo, mais calmante, do que os pneus daquele carro amassando as folhas de outono empilhadas junto ao meio-fio.

Inesquecível, para o menino, foi ouvir o som do carro do médico se aproximando, o homem que salvaria seu pai. Na mesma hora em que li esse relato, imaginei um sem-número de sons que nos confortam. A começar pelo choro na sala de parto. Seu filho nasceu. E o mais aliviante para pais que possuem adolescentes baladeiros: o barulho da chave abrindo a fechadura da porta. Seu filho voltou.

E pode parecer mórbido para uns, masoquismo para outros, mas há quem mate a saudade assim: ouvindo pela enésima vez o recado na secretária eletrônica de alguém que já morreu.

Deixando a categoria dos sons magnânimos para a dos sons cotidianos: a voz no alto-falante do aeroporto dizendo que a aeronave já se encontra em solo e o embarque será feito dentro de poucos minutos.

O sinal, dentro do teatro, avisando que as luzes serão apagadas e o espetáculo irá começar.

O telefone tocando exatamente no horário que se espera, conforme o combinado. Até a musiquinha que antecede a chamada a cobrar pode ser bem-vinda, se for grande a ansiedade para se falar com alguém distante.

O barulho da chuva forte no meio da madrugada, quando você está no quentinho da sua cama.

Uma conversa em outro idioma na mesa ao lado da sua, provocando a falsa sensação de que você está viajando, de férias em algum lugar estrangeiro. E estando em algum lugar estrangeiro, ouvir o seu idioma natal sendo falado por alguém que passou, fazendo você lembrar que o mundo não é tão vasto assim.

O toque do interfone quando se aguarda ansiosamente a chegada do namorado. Ou mesmo a chegada da pizza.

O aviso sonoro de que entrou um torpedo no seu celular.

A sirene da fábrica anunciando o fim de mais um dia de trabalho.

O sinal da hora do recreio.

A música que você mais gosta tocando no rádio do carro. Aumente o volume.

O aplauso depois que você, nervoso, falou em público para dezenas de desconhecidos.

O primeiro eu te amo dito por quem você também começou a amar.

E o mais raro de todos: o silêncio absoluto.
 

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Cartas de amor não enviadas...

Cartas de amor não enviadas...
 
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De um jeito bem clichê eu gostaria de lhe dizer...
 
Assim como nenhum pássaro voa em vão, tudo que acontece, sempre acontece por alguma razão... Embora muitas vezes, demoremos certo tempo pra entender a razão pela qual a vida seguiu seu rumo de maneira tão inesperada, alheia a nossa primária vontade, fugindo de nossos planos, saindo do nosso controle, porque tantas vezes perdemos as rédeas da situação o comando e a razão, mas digo que certos acontecimentos e pessoas, não foram feitas para serem compreendidas, algumas apenas amadas, outras ignoradas, outras ainda, o melhor é não ter a exata certeza do que se sente por elas, do que se espera delas, pessoas, pessoas e PESSOAS, cada uma com seus momentos, momentos secretos, momentos incertos, momentos confusos, momentos escusos, alguns para eternidade, outros só de felicidade, de tudo ainda penso que o mais importante é a certeza inquestionável, de que nenhum sonho é impossível e que o mundo? Ah o mundo doce e adorável mundo, esse sim dá muitas voltas, muda instantaneamente de direção, porém sem sair de sua natural rotação...
 
Algumas coisas simplesmente acontecem, ou até, não tão simplesmente quanto imaginamos, mas inconscientemente elas acontecem porque um dia fizeram parte de nosso inconsciente mais que consciente desejo, quem passa nunca passa em vão e andorinha sozinha não faz verão, no máximo ela é capaz de cativar outras para que a acompanhem nem que seja por uma única estação...
 
Quero sempre poder te ter por perto... Você é minha fonte de inspiração...
 
Cada dia mais me convenço de que gosto mesmo é dos amores platônicos, eles são livres de qualquer tipo de angustia e sofrimento...
 
Pensar em você traz luz aos meus olhos e sorriso à minha boca, me deixa assim, sonhando acordada, flutuando sob as nuvens, como uma noite de lua cheia, como um por do sol no mar, uma magia impossível de traduzir em palavras, mas que transborda no doce gosto do teu beijo, para enfim em teu peito encontrar a paz, a paz que só tua presença me traz, a paz que procuro, e apenas queria que você soubesse que independente de qualquer coisa, independente de quanto tempo leve para as cicatrizes se fecharem, você sempre será importante, fundamental, essencial, pois você fez nascer em mim, um coração de mulher, um coração frágil, porém capaz de amar e se entregar, se deixar cuidar, antes eu me orgulhava de saber exatamente o que eu não queria esperar do amor, ou simplesmente que eu não queria ou deveria esperar pelo amor, hoje tenho a certeza de como é o amor que quero e que pra viver de novo este amor, ah por este amor eu espero...
 
Morgana Fernandes...
 
 
 

terça-feira, 18 de maio de 2010

As palavras que eu não vou dizer... Morgana Fernandes

As palavras que eu não vou dizer...

Aceitar o fim , tirar de dentro de mim algo que não tenho certeza de que devo deixar partir, abandonar este amor que em meu corpo ainda vive, que meu coração reclama, tem sido muito mais do que chorar por alguns instantes, tentar sentir raiva do ser amado e seguir em frente. Fácil? Pensar que foi mentira, que nunca fui amada, que tudo não passava de uma farsa meio mal contada.

Poderia, ou deveria, mas isso só na teoria.

Como desistir de amar alguém? Como não esperar até quem sabe um dia, ele me tire dessa agonia trazendo de volta a alegria que sua presença trazia, à minha vida vazia, como posso desistir de uma história que foi construída no mais intimo dos meus sonhos?

Desistir deste amor é abrir mão de todos os finais de semana chuvosos embaixo do edredom, acompanhados de carinhos intermináveis.

Triste é pensar em todas as musicas que não vamos dançar

Todas as conversas que não vamos ter

As confidências que não iremos trocar

O companheirismo, a amizade, a cumplicidade, as lembranças, os projetos, a felicidade interrompida, os sonhos que viraram pó, as madrugadas de amor que não serão compartilhadas.

Tudo que juntos não vamos viver, a alegria, o brilho no olhar, teu amor que nunca mais vou ter;

Todas as palavras que eu nunca vou dizer; palavras de amor, palavras de sonho, palavras de felicidade, todas aquelas que eu decorei, todo o amor que pra você eu guardei, de repente tudo ficou preso sufocado dentro de mim, não posso falar; porque você não quer mais me ouvir, seus olhos já não encontram com os meus, minha presença não mais te agrada, minhas palavras não valem nada, sou apenas a sombra de uma mulher que foi amada, que já não importa, que não mais faz falta...

Deixo aqui tudo que não queres ouvir, tudo que não me permites sentir; linhas mal traçadas, cartas amassadas, declarações descartadas; paginas rasgadas, textos que não irás ler, poemas que eu não vou dizer, provas documentadas de um amor que juntos nunca iremos viver...

Porque hoje percebo que já morreu em ti a metade de mim que fazia o todo que ter graça, morreu a amiga e morreu a amante, morreram os sonhos, morreu a mulher, porque pra ti já não sou mais nada, não te faço falta, não te falo a alma, preciso entender que eu pra você;

Não passo de mais uma pagina virada...

Morgana Fernandes