sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

CANTANDO O DESAPEGO TOTAL DO AMOR...


Folhetim
Gal Costa
SE ACASO ME QUISERES
SOU DESSAS MULHERES QUE SÓ DIZEM SIM
POR UMA COISA À TOA, UMA NOITADA BOA
UM CINEMA, UM BOTEQUIM
E SE TIVERES RENDA, ACEITO UMA PRENDA
QUALQUER COISA ASSIM
COMO UMA PEDRA FALSA, UM SONHO DE VALSA
OU UM CORTE DE CETIM
E EU TE FAREI AS VONTADES
DIREI MEIAS-VERDADES
SEMPRE À MEIA-LUZ
E TE FAREI VAIDOSO
SUPOR QUE ÉS O MAIOR E QUE ME POSSUIS
MAS NA MANHÃ SEGUINTE NÃO CONTA ATÉ VINTE
TE AFASTA DE MIM POIS JÁ NÃO VALES NADA
ÉS PÁGINA VIRADA, DESCARTADA DO MEU FOLHETIM
Garoto De Aluguel
Zé Ramalho

Baby !Dê-me seu dinheiro que eu quero viverDê-me seu relógio que eu quero saberQuanto tempo falta para lhe esquecerQuanto vale um homem para amar vocêMinha profissão é suja e vulgarQuero pagamento para me deitarJunto com você estrangular meu risoDê-me seu amor que dele não preciso
Baby !Nossa relação acaba-se assimComo um caramelo que chegasse ao fimNa boca vermelha de uma dama loucaPague meu dinheiro e vista sua roupaDeixe a porta aberta quando for saindoVocê vai chorando e eu fico sorrindoConte pras amigas que tudo foi malNada aumenta a culpa de um marginal
Baby !Nossa relação acaba-se assimComo um caramelo que chegasse ao fimNa boca vermelha de uma dama loucaPague meu dinheiro e vista sua roupaDeixe a porta aberta quando for saindoVocê vai chorando e eu fico sorrindoConte pras amigas que tudo foi malNada me preocupa de um marginal
Amante Profissional
Herva Doce
Moreno alto bonito e sensual,
talvez eu seja a solução pro seu problema.
Carinhoso bom nível social.
Inteligente e a disposição
prum relacionamento íntimo indiscreto,
realize
seu sonho sexual....

Pra qualquer tipo de transação
sem compromisso emocional
só financeiro
e o endereço pra comunicação
pra caixa postal do amante profissional.

Amor sem preconceito sigilo total,
sexy total, amante profissional

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

É o que me Interessa... Lenine



É O Que Me Interessa



Daqui desse momento

Do meu olhar pra fora

O mundo é só miragem

A sombra do futuro

A sobra do passado

A sombra é uma paisagem

Quem vai virar o jogo e transformar a perda

Em nossa recompensa

Quando eu olhar pro lado

Eu quero estar cercado só de quem me interessa


Às vezes é um instante

A tarde faz silêncio

O vento sopra a me favor
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Por trás do seu sossego, atraso o meu relógio
Acalmo a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurre em meu ouvido
Só o que me interessa

A lógica do vento
O caos do pensamento

A paz na solidão

A órbita do tempo

A pausa do retrato

A voz da intuição

A curva do universo

A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa

(Lenine)

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Para Refletir... John Kennedy x Abraham Lincoln


Primeiro dia útil do ANO de 2011...
Que nossos novos governantes, busquem novos acertos e deixem de lado os erros antigos, que nosso país seja democrático de fato e todos tenham direitos respeitados e deveres lembrados e que nosso país siga rumo ao futuro sem esquecer do seu passado e de suas raízes, que as crianças exerçam o direito de serem crianças, que jamais percam o brilho no olhar e principalmente nunca esqueçam de desejar infinitamente, sejam eles desejos fantasiosos ou possíveis aos olhos dos adultos e que estes não aniquilem esta preciosidade que é a criatividade desprovida de medo ou pudor que é a imaginação de uma criança, que as mulheres não deixem de trabalhar, mas que principalmente lembrem-se de que foram criadas para amar e propagar, amor e graça ao mundo, que os homens sejam HOMENS e enfim que cada um encontre sua paz e o seu próprio caminho da felicidade, tomando o cuidado de olhar para os lados e por vezes até mesmo para baixo, para ter a certeza de que essa felicidade não traz a infelicidade de outros, pois se trouxer com certeza não será plena e duradoura... Esses são meus desejos para 2011 ou porque não dizer para 2000 e sempre, para essa nova jornada que se inicia neste primeiro dia útil do ano!!!
A doce magia do “eterno recomeçar...”
Morgana Fernandes 03-01-2011
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Quando escrito em chinês a palavra crise compõe-se de dois caracteres: um representa perigo e o outro representa oportunidade.
John Kennedy
A mudança é a lei da vida. E aqueles que apenas olham para o passado ou para o presente irão com certeza perder o futuro.
John Kennedy
A vitória tem mil pais, mas a derrota é órfã.
John Kennedy
"Eu não sei o caminho para sucesso;
mas, sem dúvida, o caminho para o fracasso
é agradar a todo mundo”.
John Kennedy
Todos nós temos talentos diferentes, mas todos nós gostaríamos de ter iguais oportunidades para desenvolver os nossos talentos.
John Kennedy
'‘... O conformismo é carcereiro da liberdade e o inimigo do crescimento... ''
John Kennedy
"Às vezes é preciso parar e olhar para longe, para podermos enxergar o que está diante de nós."
John Kennedy
"Perdoe seus inimigos, mas não esqueça seus nomes".
John Kennedy
Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder.
Abraham Lincoln
Não te esqueças que os estranhos são amigos que ainda não conheces.
Abraham Lincoln
Só tem o direito de criticar aquele que pretende ajudar.
Abraham Lincoln
Quando pratico o bem, sinto-me bem; quando pratico o mal, sinto-me mal. Eis a minha religião.
Abraham Lincoln
Podeis enganar toda a gente durante certo tempo; podeis mesmo enganar algumas pessoas todo o tempo; mas não vos será possível enganar sempre toda a gente.
Abraham Lincoln
O campo da derrota não está povoado de fracassos, mas de homens que tombaram antes de vencer.
Abraham Lincoln

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Feliz Ano Novo

NOSSOS SONHOS FANTASIA... MORGANA FERNANDES


Você me disse verdades que eu precisava ouvir e nenhum outro jamais teve coragem de se quer pensar, olhando nos meus olhos invadiu e tocou fundo minha alma, quase amoleceu meu coração por tantas vezes leviano, meio de pedra, um tanto profano...
Mais ainda assim agradeço por ter tentado, agradeço por ter insistido, em verdade sabia que você não conseguiria, no fundo éramos muito parecidos, embora deliciosamente diferentes, não importa, agora nada mais importa, na verdade teriamos sido ótimos amigos, talvez se você não insistisse em me conquistar, talvez, se eu não insistisse em me entregar, talvez se você não insistisse em não se dar, talvez se eu não insistisse em tentar amar, fracassei em me entregar, e você, fracassou na arte de dominar...
Por um instante realmente achei que conseguiria, por um instante achei que você podia, num vago instante achei que você realmente queria, depois percebi que era só minha fantasia...
No final tudo que restou foram lembranças amarrotadas e desgastadas de um filme antigo, de uma história meio torta, de um quase romance, de um quase casal, de um quase amor...
Morgana Fernandes

Até O Fim - Engenheiros do Hawaii


Até O Fim
Engenheiros do Hawaii

Não vim até aqui pra desistir agora
entendo você se você quiser ir embora
não vai ser a primeira vez
nas últimas 24 horas
mas eu não vim até aqui pra desistir agora

minhas raízes estão no ar
minha casa é qualquer lugar
se depender de mim eu vou até o fim
voando sem instrumentosao sabor do ventose depender de mim eu vou até o fim
não vim até aqui pra desistir agoraentendo você se você quiser ir emboranão vai ser a primeira vezem menos de 24 horasmas eu não vim até aqui pra desistir agora

a ilha não se curva noite a dentro vida afora
toda a vida, o dia inteiro
não seria exagero
se depender de mim eu vou até o fim

cada célula, todo fio de cabelo
falando assim parece exagero
mas se depender de mim
eu vou até o fim

não vim até aqui pra desistir agora
não vim até aqui pra desistir

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A GENTE SE ACOSTUMA - MARINA COLASANTI

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não sejam as janelas ao redor.
E porque não tem vista logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas logo se acostuma acender mais cedo a luz. E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá pra almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja número para os mortos. E aceitando os números aceita não acreditar nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. A lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.
E a ganhar menos do que precisa. E a fazer filas para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e a ver cartazes. A abrir as revistas e a ver anúncios. A ligar a televisão e a ver comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. A gente se acostuma à poluição.
As salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. A luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. A contaminação da água do mar. A lenta morte dos rios.
Se acostuma a não ouvir o passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta. A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer.
Em doses pequenas, tentando não perceber, vai se afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada a gente só molha os pés e sua no resto do corpo.
Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta e, que gasta, de tanto acostumar, se perde de si mesma.

Marina Colasanti

A maior solidão é a do ser que não ama - VINICIUS DE MORAES

A maior solidão é a do ser que não ama
A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.

A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo,
o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.

O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se,
o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.
VINICIUS DE MORAES

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

RECEITA DE ANO NOVO - Carlos Drumond de Andrade

Para você ganhar belíssimo Ano Novo

cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,

Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido

(mal vivido talvez ou sem sentido)

para você ganhar um ano

não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,

mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;

novo até no coração das coisas menos percebidas

(a começar pelo seu interior)

novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,

mas com ele se come, se passeia,

se ama, se compreende, se trabalha,

você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,

não precisa expedir nem receber mensagens

(planta recebe mensagens?

passa telegramas?)

 

Não precisa

fazer lista de boas intenções

para arquivá-las na gaveta.

Não precisa chorar arrependido

pelas besteiras consumidas

nem parvamente acreditar

que por decreto de esperança

a partir de janeiro as coisas mudem

e seja tudo claridade, recompensa,

justiça entre os homens e as nações,

liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,

direitos respeitados, começando

pelo direito augusto de viver.


Para ganhar um Ano Novo

que mereça este nome,

você, meu caro, tem de merecê-lo,

tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,

mas tente, experimente, consciente.

É dentro de você que o Ano Novo

cochila e espera desde sempre.

 

Soneto - William Shakespeare

Não chame o meu amor de Idolatria
Nem de Ídolo realce a quem eu amo,
Pois todo o meu cantar a um só se alia,
E de uma só maneira eu o proclamo.
É hoje e sempre o meu amor galante,
Inalterável, em grande excelência;
Por isso a minha rima é tão constante
A uma só coisa e exclui a diferença.
Beleza, Bem, Verdade’, eis o que exprimo;
‘Beleza, Bem, Verdade’, todo o acento;
E em tal mudança está tudo o que primo,
Em um, três temas, de amplo movimento.
‘Beleza, Bem, Verdade’ sós, outrora;
Num mesmo ser vivem juntos agora.
William Shakespeare