quinta-feira, 23 de maio de 2013

Não tenho me identificado muito com ninguém. Mas tudo bem. Levei um tempo até entender que pode ser muito libertador não se sentir parte de nada. E tu sabe como sou, dramatizo para dar às coisas a importância que originalmente elas não têm.


GABITO NUNES

GABITO NUNES

Mesmo assim, hoje eu senti uma puta falta sua, da tua covinha no queixo e da barriga bem feita. E eu não sei como fazer essas coisas, e muito menos lidar com a falta que um faz ao outro. Mas sempre me falaram: “Se tu deseja mostrar a alguém o que tem de mais verdadeiro no teu coração, escreva. E se um escritor se apaixonar por ti, você nunca morrerá”. Mas este é um texto feliz. Com a fome de te trazer de volta ou pelo menos dar um tom dourado no meu riso tão amarelo e irônico.
Então, com toda aquela felicidade, tô aqui pra conversar contigo. Não precisa responder, vai ser como nos velhos tempos. Estou em um bar que fica perto da praia, e decidi que precisamos fazer algo sobre o fato de que o mar me lembra você e o riso raio da manhã. Precisamos fazer algo sobre as músicas que me lembram a gente, como Leãozinho e todas do System of a Down. E sobre o por que de que minha única vontade é que pegue no meu queixo gordo e diga que não sou só eu que sinto medo do que tá acontecendo.
Eu lembro daquela semana. Foi a única semana que consegui me relacionar contigo sem nenhuma neura. A gente se ligou pela primeira vez, em um daqueles aplicativos novos e complexos que você consegue ver a pessoa e não só escutar a voz. Tu sentia vergonha. Eu sentia medo e calafrio. Eu precisava de ti desde que tu aceitou a ligação. E, nossa, como gostava de contar todas as piadas que já escutei nessa vida pra ti, ou de ficar de castigo com o telefone no canto do quarto, te ver escondendo o sorriso por tudo aquilo tá tão bacana, vê que você abaixou levemente o cenho, me achando pateta. Eu me estufei de orgulho por alargar aquele riso.
‘Você me diz pra correr menos,  por que se preocupa com o meu pulmão, mas você nem liga por eu estar um pouquinho acima do peso, você não fuma cigarros, você não vai a festas universitárias, é baixinha, meio esquisita até, meia tortinha, mas sei que milhões de garotos gostariam de estar no meu lugar agora. Você é um clichê por que você pode ser diferente, você pode não ser só atração física e sexo, você pode ser aquele beijo de despedida que deixa o coração palpitando. Você não tem uma família esquisita, nem um ex louco, você é comum, mas tem o que os outros não tem, eu vi um coração em você, e como Cazuza já dizia, eu que achei que não tinha nem sentimento, não vou ter medidas pra te gostar. Fica.’
Gabito Nunes

segunda-feira, 20 de maio de 2013

E você me tortura entre olhares, gestos, e sorrisos
Alguns  dias diz que me quer, noutros tem medo de mim
A verdade é uma só...
Toda essa espera, todo esse jogo e fantasia
Faz crescer dia a dia, a louca vontade que sinto de perder-me em teus braços
Em meio aos teus abraços, encantada entre caricias
Deleitando-me em tuas delicias
Desejando enfim por hoje sem saber de amanhã
Dizer-me somente e completamente TUA...

Morgana Fernandes

quarta-feira, 15 de maio de 2013

A UM AUSENTE

Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Por romances menos apressados - M DE MULHER

Um amigo meu nunca teve muito problema para catar mulher. Sim, “catar”, como moleque roubando goiaba no quintal do vizinho. Pula a cerca correndo, pega quantas frutas puder carregar e dá o fora. Em uma balada, ele fazia mais ou menos isso. Chegava dançando e lançava um sorrisinho safado. Se a recepção fosse boa, logo segurava uma das mãos no meio do gingado. Mal trocava duas palavras e beijava. Nem queria saber o nome. Às vezes, perguntava se eu tinha visto o rosto da garota, pois não lembrava se era bonita. Esse estilo de romance “drive-thru” nunca me atraiu.
O volume da música e a geografia do lugar sempre influenciaram o meu comportamento em festas. Gosto da conversa. Se está muito barulho a ponto de ninguém se ouvir ou se não há um espaço para desafogar a muvuca, eu passo a noite perdidão. Mas tem gente que curte esse desapego. Quando eu era mais jovem, lembro de uma amiga que se orgulhava de ter beijado uns trinta em uma micareta. Para cada um, fez uma marca no abadá. Ainda acho que ela não beijou de verdade nenhum. No máximo, trocou um pouco de saliva com eles, como em uma churrascaria rodízio.
Uma vez, aquele sujeito que “cata” goiabas reclamou que nunca conseguia namorada. Ele era rápido na coleta, mas não sabia fazer suco. Claro, esquecer o nome – e até o rosto – da menina não devia ajudar muito. Minha amiga do abadá marcado tocava no mesmo ponto. Quando estava sóbria, repetia a máxima: “os homens não querem nada sério comigo”. Pois, ficar é mole. Nem sexo casual é difícil de encontrar. Mais complicado é dar continuidade.
As pessoas andam apressadas demais para se dar bem e acabam queimando a largada, sem ter tempo para se conhecerem. De certa forma, esta falta de envolvimento é uma maneira de se proteger. Assim ninguém se decepciona, não se ilude, não se machuca. Pegar e largar. Mas amar exige riscos. De não ser correspondido, de levar um fora, de não ser a pessoa certa e até de ser feliz. E não deveríamos ter tanto medo disso.
Queria lançar aqui uma campanha pelo “slow food”. Precisamos dar mais valor a quem troca telefone – e liga – tendo ficado ou não. Motivar mais convites para um encontro. Um de verdade, que permita ao casal se conhecer melhor. Pode ser um barzinho ou um restaurante, mas tem que rolar um bate-papo. Até silêncios constrangedores fazem parte, para ver como cada um reage. Encontrar a oportunidade certa para um beijo roubado. Prospectar um segundo encontro. São etapas que as pessoas não deveriam pular com tanta frequência.
Adoro a imprevisibilidade de um primeiro encontro. Muitos são frustrantes, claro. Mas aqueles que tomam um caminho inesperadamente interessante compensam. É muito bacana trazer a pessoa um pouco para o seu mundo e visitar o dela. Eu, por exemplo, gosto muito de cinema. Faz diferença para mim como a mulher se comporta durante um filme que eu gosto, como ela se envolve, se chora, se ri, se fica assustada. Se atender o celular ao meu lado no meio da sessão, corto relações na hora. Por outro lado, se ela pedir silêncio para alguém que estiver de papinho, eu gamo.

Alex Xavier (Site M de Mulher – publicado em 12/04/2013)


Um pouco mais de amor por favor...

quinta-feira, 2 de maio de 2013

RECADO...

 

QUALQUER UM ACABA PASSANDO, MAS FICAR É PARA POUCOS,

É PRA QUEM TEM CORAGEM, FICAR É SÓ PRA HOMENS DE VERDADE!!!

 

MORGANA FERNANDES