terça-feira, 22 de novembro de 2011

Novas aventuras em lo-fi #19


Uma coisa engraçada da adolescência é que, apesar de ser possivelmente a época mais rica em transições, revoluções e reviravoltas que qualquer um de nós chega a ter na vida, já que não apenas não temos o controle de muitas das coisas que nos acontecem (quando se tem 16 anos não se pode escolher a casa onde se mora, o colégio onde se estuda, o curso de inglês que se faz ou que fotos suas vão ou não ser exibidas quando as visitas chegam na sua casa) como também estamos num momento de diversas transições pessoais (emos viram grunges, que viram hipsters, que viram metaleiros, que viram pagodeiros, que resolvem mudar o nome pra um símbolo como se fossem o Prince), ela consegue ser ao mesmo tempo a época das decisões mais contundentes, das opiniões mais fortes, das convicções mais firmes.


Conhecemos uma banda e temos certeza que ela vai ser a nossa favorita pra sempre, comemos um prato e não duvidamos em nada que poderíamos viver só daquilo pra vida toda, fazemos amigos e temos certeza que eles vão estar ao nosso lado até no nosso leito de morte, vamos numa festa americana e concluímos que qualquer possibilidade de felicidade que a gente venha a ter reside na Fernandinha da 7ªA e nenhuma outra garota nunca mais fazer com que a gente se sinta como no dia daqueles amassos no fundo do pátio. Não que gastemos muito tempo nisso, mas temos um senso de convicção pessoal de tudo que nos cerca que nunca mais vamos conseguir ter de volta, já que crescer envolve basicamente sair do mundo dicotômico em que "a minha turma é legal e a outra turma é composta apenas por babacas" para o mundo cheio de tons de cinza no qual você precisa entender que a sua turma erra, a outra turma tem lá suas motivações e no final todo mundo vai ter que pagar os mesmos 27,5% de imposto de renda, fora o que é retido na fonte, não dá pra fugir.


E é mais ou menos nesse período que entram nas nossas vidas as músicas tristes. Afinal, numa época em que cada fora é um coração partido, cada "não" é um rejeição pessoal que nunca vai ser superada – ao menos não até domingo que vem – e cada volta pra casa de mãos dadas ou beijo roubado atrás de um armário no corredor é o início de um romance épico que atravessará os tempos – ao menos até a próxima quarta – começamos a sentir falta de uma trilha sonora que represente isso, que embale os momentos de fossa imatura, que possa fazer fundo pras horas deitado na cama pensando em porque ela disse não e se isso significa realmente que sua vida pessoal terminou antes do segundo grau começar.


E ainda que todos tenham as suas preferências de fossa, que podem ir desde Radiohead até Beyoncé (algumas fossas são mais animadas que outras, não vamos julgar), eu sempre achei que poucas bandas representavam mais a fossa adolescente, a fossa de base, a fossa de raiz, a fossa de pés descalços cujo grande sinal de depressão era se trancar no quarto, não jantar direito e ficar totalmente desconcentrado na hora de jogar international superstar soccer deluxe ("au-au") com os amigos do que Travis. E mesmo no padrão Travis de fossa adolescente, que ofereceu petardos como "Why does it always rain on me", o título de canção mais depressivo da história; ou "The humpty dumpty song", a única música que me faz lacrimejar apenas de escrever seu título (sério), acho que nenhuma chega perto de "Writing to reach you".


Não sei bem se pelo ar de canção escrita no quarto durante as férias, se pela autopiedade sem nenhum traço de ironia, se pelo refrão que consiste numa grande sequência de negativas ("cause I'm writing to reach you now/but i might never reach you/only want to teach you about you/but that's not you") ou se pela sensação geral que todas as canções do Travis passam de que ninguém na banda nunca foi ou será feliz e que o mundo é um lugar frio, cruel, onde as mulheres são más, os caras são bullies e todos nós vamos passar a manhã inteira no ponto, debaixo de chuva, porque nossos ônibus nunca vão chegar, mas existe algo nessa música que pra mim resume tudo de hiper-dramático que apenas as fossas adolescentes (e as fossas que algumas pessoas adultas tem como se ainda fossem adolescentes) conseguem ter.


Mas a verdade é que nunca mais, depois de adultos, conseguimos realmente ser de novo assim. Ainda ficamos tristes, claro, ainda curtimos fossas, com certeza, ainda sofremos pelas coisas e ainda temos domingos chuvosos nos quais simplesmente não queremos sair da cama, mas existe sempre aquele toque de auto-ironia, aquela pegada de "ok, não é tão sério assim", aquele quê de "na boa, ninguém aqui tem 15 anos, levanta". A gente acaba crescendo e, entre as coisas que a gente acaba deixando pra trás, está a capacidade de se sentir real e exatamente como em músicas feito "Writing to reach you". A não ser, é claro, que você seja o Leoni. Porque sério, eu imagino que esse cara se sinta assim todos os dias. Não deve ser fácil.


Aprender

William Shakespeare

 

Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.


E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas.


E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a raça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.


E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.


Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.


E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam...


E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai ferí-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.


Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.


Descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.


E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.


Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longa distância.


 E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.


Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendermos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.


Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que a vejamos.


Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.


Começa a aprender que não se deve comparar-se com os outros, mas com o melhor que se pode ser.


Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se quer ser, e que o tempo é curto.


Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, qualquer lugar serve.


Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.


Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.


Aprende que paciência requer muita prática.


Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai, é uma das poucas que te ajuda a levantar-se.


Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiências que se teve e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou.


Aprende que há mais dos seus pais em você do que você suponha.


Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.


Aprende que quando está com raiva, tem todo o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.


Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama com tudo que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabe demonstrar ou viver isso.


Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar a si mesmo.


Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.


Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.


Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.


Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.

 

E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.


E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!


Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar...


Vento No Litoral - Renato Russo



Dos nossos planos é que tenho mais saudade...

Quando olhavamos juntos na mesma direção..

Exceções...


http://www.youtube.com/watch?v=ThU7Vn2Bqc4&feature=related

NOS PERDEMOS EM MEIO A PROBLEMAS QUE NEM ERAM NOSSOS, ABRIMOS MÃO DO ESSENCIAL, DO AMOR, DA PAIXÃO E AGORA NADA RESTOU ALÉM DE INDIFERENÇA...


... AS EXCEÇÕES SÃO RARAS, MAS AINDA ASSIM ACREDITO QUE EXISTAM... QUANDO EXISTE AMOR VERDADEIRO, O ORGULHO DEIXA DE SER IMPORTANTE, O AMOR TOMA O LUGAR, A SAUDADE É MAIOR E A VONTADE DE ENCONTRAR A FELICIDADE PLENA SUPERA TUDO...


MUITAS VEZES TEM TANTO BARULHO AO SEU REDOR QUE VOCÊ DEIXA DE OUVIR A VOZ MAIS IMPORTANTE, A VOZ DO SEU CORAÇÃO, A QUE DEVERIA SER SEU GUIA... SE PERDE EM MEIO HÁ COMO ACHAM QUE VOCÊ DEVE AGIR, COMO ACREDITAM QUE VOCÊ DEVE SER, SIMPLESMENTE PORQUE UM COMPORTAMENTO NÃO COMBINA COM O QUE IMAGINAM QUE VOCÊ É, COMO ESPERAM QUE VOCÊ SEJA, ESSE SERÁ SEU GRANDE ERRO, ESSE FOI MEU GRANDE ERRO,  É PRECISO ESTAR ATENTO E NÃO DEIXAR QUE A VOZ DA MULTIDÃO FALE MAIS ALTO QUE A VOZ DO SEU PRÓPRIO CORAÇÃO, SER PATÉTICO, ESTAR APAIXONADO, FAZER LOUCURAS E QUEBRAR REGRAS, SE ARRISCAR A PARECER BOBO É UMA DADIVA E NÃO UM DEFEITO, NÃO IMPORTA O QUE O MUNDO DIGA A RESPEITO, IMPORTA SOMENTE O QUE VOCÊ SENTE. PERCEBI ISSO TARDE DEMAIS E PAGUEI UM PREÇO ALTO DEMAIS...

NÃO HÁ COMO VOLTAR ATRÁS, NÃO HÁ COMO APAGAR O PASSADO, A UNICA FORMA É ESPERAR QUE AS COISAS VOLTEM AO SEU LUGAR E QUEM SABE ESSA EXCEÇÃO DE FATO EXISTA, QUEM SABE UM DIA O TELEFONE TOQUE, QUEM SABE UM DIA BATAM NA PORTA, QUEM SABE AINDA HAJA UMA CHANCE, QUEM SABE TUDO ISSO, QUEM SABE NADA DISSO???

SÓ O TEMPO PODERÁ DIZER, SÓ O TEMPO IRÁ MOSTRAR, EXISTE UM MOMENTO EM QUE VOCÊ PERCEBE QUE JÁ FEZ TUDO O QUE DEVIA E ATÉ UM POUCO ALÉM, ENTÃO A UNICA COISA SENSATA A FAZER É DEIXAR QUE O TEMPO CUMPRA SEU PAPEL, QUE A SAUDADE SEJA MAIOR QUE O ORGULHO, INFELIZMENTE NESTE MOMENTO A ÚNICA COISA A FAZER É NÃO FAZER NADA E ACREDITAR E ESPERAR, SE FOR VERDADEIRO... ASSIM SERÁ!!!

Morgana Fernandes

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.

Hoje sei que o nome disso é...

Respeito.

Aprendi que...

Aprendi que se pode conhecer bem uma pessoa pela forma como ela lida com três coisas:
um dia chuvoso, uma bagagem perdida e os fios das luzes de uma árvore de natal que se embaraçaram.
Aprendi que, não importa o tipo de relacionamento que tenha com seus pais, você sentirá falta deles quando partirem.
Aprendi que saber ganhar a vida não é a mesma coisa que saber vivê-la.
Aprendi que a vida às vezes nos dá uma segunda chance.
Aprendi que viver não é só receber, é também dar.
Aprendi que se você procurar a felicidade, vai se iludir. Mas se focalizar a atenção na família, nos amigos, nas necessidades dos outros, no trabalho, procurando fazer o melhor, a felicidade vai encontrá-lo.
Aprendi que sempre que decido algo com o coração aberto, geralmente acerto.
Aprendi que quando sinto dores, não preciso ser uma dor para outros.
Aprendi que diariamente preciso alcançar e tocar alguém.
As pessoas gostam de um toque humano - segurar na mão, receber um abraço afetuoso ou simplesmente um tapinha amigável nas costas.
Aprendi que ainda tenho muito que aprender.
Aprendi que eu deveria passar essa mensagem para todos meus amigos. Às vezes eles precisam de algo para iluminar seu dia.

As pessoas se esquecerão do que você disse... Esquecerão o que você fez... Mas nunca esquecerão de como você as tratou.

Erros



Os erros são o feedback a respeito de como estamos indo. Os vencedores cometem muito mais erros que os perdedores. É por isso que eles são vencedores. Eles estão recebendo muito mais feedback enquanto continuam a tentar mais possibilidades. O único problema dos perdedores é que eles encaram o erro como um evento tão importante que não conseguem enxergar o lado positivo de cometer erros.

Nós aprendemos muito mais com nossas derrotas do que com nossas vitórias. Quando perdemos, nós contemplamos, analisamos, reagrupamos e planejamos nova estratégia. Quando vencemos, simplesmente comemoramos e aprendemos muito pouco com isso. Eis aí mais um motivo para aceitar nossos erros!

A história de Thomas Edison é lendária: um cavalheiro perguntou ao inventor como era ter falhado tantas vezes nas tentativas de produzir uma lâmpada incandescente. Edison respondeu que não havia falhado de maneira alguma, e que apenas fora bem-sucedido em encontrar milhares de maneiras de como não fazer uma lâmpada incandescente!

Este tipo de atitude positiva em relação aos erros permitiu a Edison dar ao mundo uma das maiores contribuições da História.

Outros exemplos clássicos: Colombo saiu para procurar a rota mais rápida para a Índia, errou e descobriu a América! O vidro temperado, no qual uma lâmina de plástico é aderida entre duas de vidro, foi produzido por "acidente". Desde então, sua propriedade de resistir a impactos já salvou milhares de vidas.

Os erros e os "acidentes" têm seus propósitos.

Em poucas palavras: os erros não são realmente erros. Portanto, vamos aceitar a possibilidade de cometer alguns erros de julgamento e encarar isso como parte do processo de aprendizagem. Se não nos levarmos a sério demais, será muito mais fácil conviver com alguns erros. Não é vergonhoso falhar, vergonhoso é não tentar!

Andrew Matthews, no livro "Seja Feliz"

O Ver...o sentir...



Não tenha medo do que você sente, antes, duvide do que você vê.

Dias atrás, passou um filme na tevê, cujo personagem principal faz o papel de um cego. Na verdade, é o registro de um fato real, em que o mesmo leva uma vida normal e, a partir de determinado momento, conhece uma moça, se apaixonam, vivem momentos de intensa descoberta, mas a pedido dela e desejo dele, resolve fazer uma cirurgia para que volte a enxergar.

Assim é feito, tendo a cirurgia total êxito. Porém, o que deveria vir a ser motivo de alegria para ambos, passa a ser fator de preocupação e estudos para a classe médica e, dissabores, entre o casal, já que o cérebro do rapaz não consegue decifrar as imagens enviadas pela visão.

Infelizmente, muitos de nós temos passado por este drama em nossas vidas, porém, sem nunca ter sido cego. Aprendemos, desde cedo, a ver as coisas como se apresentam diante de nós, decifrar os objetos, a vida, as pessoas, os sentimentos, sem nunca , na verdade, procurar sentir cada gesto, cada ação, cada momento vivido.

Diariamente, estamos cercados de amigos, filhos, cônjuge e mal conseguimos tocar suas almas, sentir o verdadeiro sentido das palavras, captar a essência de cada gesto expresso ou não. Apesar de enxergarmos, quantas vezes fazemo-nos de cegos para não sofrer, passando nosso cérebro a registrar tão somente aquilo que nos é necessário.

No filme, de todo o drama sofrido pelo casal a partir da cirurgia, o que mais chama atenção é o fato dele viver perguntando o porquê ,de determinadas feições dela, indagando o porquê, daquele sorriso, do olhar. Fato até normal, se considerado desconhecidos por ele, porém, fazendo-o abdicar do seu talento maior de quando era cego: sua capacidade de sentir o pulsar da vida, no outro.

A vida passa tão depressa! Na verdade, desde o nascimento somos ensinados a educar nossos sentimentos e, poucos são, os que se habilitam a nos ensinar a fechar os olhos, captar a verdadeira essência das palavras, presentes nas pessoas. Até nas brincadeiras somos treinados a ver o que se passa ao nosso redor. Nada de toques, descobertas, chegando, inclusive, a ralharem conosco se insistíamos brincar de ceguinho, advertindo, que se um vento passasse, poderíamos nos tornar cegos para o resto da vida. Desconsiderando, na verdade, que " O essencial é invisível aos olhos.

O final do filme, é surpreendente. Leva-nos a perceber coisas grandes e pequenas que cruzam, diariamente, nossas vidas. Que, tantas vezes, nos levam ao sofrimento, desentendimentos e solidão.

Que bom, se antes nos terem ensinado a ver as coisas como elas realmente são, tivessem tido a preocupação de nos fazer sentir a nossa própria vida. A sermos mais atentos a nós mesmos, tornando-nos, dessa forma, aptos, talvez, a sentir o pulsar da vida em cada pessoa que chegasse até nós.

Oxalá! fôssemos capazes, não somente de decifrar nossos sentimentos e dos que nos rodeiam, mas aprendêssemos a captá-los, feito ondas de rádio. Certamente, nosso toque seria capaz de alcançar a essência de cada ser, retirando inúmeros sentimentos levados vida à fora e que, tantas vezes, não nos servem para nada.

Ressentimento

Ressentimento

Sim, você recebeu um tratamento péssimo daquele cliente, daquela namorada, do professor, do seu marido, dos seus pais, dos seus filhos, dos vizinhos, do seu chefe, dos seus colegas, dos críticos, do cachorro... Você tem toda razão em ter sentido mágoa, tristeza e desapontamento quando isso aconteceu. Mas sentir tais coisas só tem lógica se for naquele momento. Nunca mais.

Se você está, ainda hoje, sentindo essa decepção, essa tristeza, essa mágoa com outra pessoa, então você está ressentido, ou ressentida, com ela. Veja com atenção o significado da palavra ressentimento: RE-SENTIMENTO. Sentir novamente.

Sentir infinitamente, para alguns. Qual a razão de usar sua mente para sentir novamente coisas ruins, fragilidades e decepções? Não me refiro a nenhum princípio religioso, espiritual ou moral, somente uma razão prática: sentir coisas ruins novamente não tem absolutamente nenhuma função, exceto prender você ao passado e tornar você uma eterna vítima de alguém que nem mesmo está tentando prejudicar você mais. Ao guardar qualquer ressentimento você está se acorrentando a alguém que lhe fez mal, mesmo que essa pessoa não queira mais isso. Você está re-sentindo a dor que só existe em sua memória. Repita comigo: nunca mais.

A outra pessoa, por pior que tenha sido, não será prejudicada por seu ressentimento. Mas você será. Você desperdiçará momentos únicos das suas vinte e quatro horas para pegar o punhal que alguém usou contra você há semanas, meses, anos ou décadas atrás e, acredite ou não, você mesmo estará se apunhalando dia-após-dia, com seu re-sentimento. Nunca mais.

Se o problema tiver sido com um cliente, ficar ressentido não ajudará sua próxima venda. Se tiver sido com a ex-namorada, ficar ressentido não tornará você atraente para a próxima, e talvez definitiva. Se tiver sido com seu marido, ficar ressentida não ajudará comunicar-se e corrigir a situação. Se tiver sido com... qualquer pessoa, ficar ressentido não ajudará você. Pode até ajudar ela a se livrar de você. Se o caso for tão grave que tenha que ser resolvido em tribunais, deixe advogados cuidando disso e se concentre em sua vida e sua felicidade. Não caia na armadilha do ressentimento. Nunca mais.

Viva o momento que estiver vivendo. Há momentos de tristezas, decepções, erros, partidas, traições ou simplesmente azar. Chore, reclame, brigue e viva o momento que tiver que viver. Mas, quando o momento passar, viva o momento seguinte, sem ficar com os grilhões do passado prendendo sua existência até sua morte. Esqueça as coisas ruins do passado. Ele não existe mais. Nunca mais.

Isso inclui os ressentimentos contra aquela pessoa que você encontra no espelho. O que ela tiver feito de errado, ontem ou há 30 anos, deve ser deixado de lado. Não sinta ressentimento quanto aos erros dessa pessoa. Nunca mais.

E, se mesmo com toda a lógica do mundo, você ainda estiver "sentindo re-sentimento" e mágoa de alguém, lembre-se do que disse William Shakespeare: Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra.

Opostos



Não se deixe encurralar por pensamentos ambíguos. O fato de A ser verdadeiro não torna B falso. Com freqüência, tanto A quanto B podem ser verdadeiros.

As coisas que você deve fazer podem ser também as coisas que você quer fazer. O que você dá pode ser também o que você recebe. O que você ensina pode ser também o que você aprende. Sua tarefa pode ser difícil e ao mesmo tempo agradável. O que é bom para o cliente também pode ser bom para o vendedor.

Muitas vezes, cometemos o erro de definir as coisas pelo que elas não são. Fazendo isso, limitamos nosso raciocínio e nossas oportunidades. Na realidade, existem poucos opostos. Será ensinar o verdadeiro oposto de aprender? Feminino é o oposto de masculino? O amor é realmente o oposto do ódio? Brincar é o oposto de trabalhar?

Claro que não. Muitas das coisas que consideramos opostas são, na verdade, muito similares. Nosso desejo de classificar e colocar em categorias, embora às vezes útil, também pode ser limitante.

As possibilidades não surgem a partir da eliminação de outras possibilidades: elas surgem quando mantemos a mente aberta.