Um sorriso, tomento e confusão...
Perna trêmula, mãos suadas, falta voz, falta o ar, somem as palavras, desaparece a razão, seria isso sintoma de paixão???
Meu coração tão quietinho, adormecido, eu tão escondida, camuflada, perdida em mim mesma.
Não sentia, não queria, não vivia!
Estava curtindo feliz minha total lentidão de sentimentos, um completo marasmo emocional, quase acostumada a não sentir, não desejar, não sonhar e principalmente habituada a não ESPERAR.
Não esperava beijos, não esperava ligações, mensagens, convites, nem carinho ou adulações, não esperava noites de amor, nem sentir falta desse calor...
Vivendo sem amor, mas também sem nenhum pudor, sem tentar sem completa estando incompleta, me fazendo forte sendo fraca.
Porque justo agora? Justo agora que eu estava tão quieta, tão tranqüila, tão sozinha.
Justo agora, justo hoje, que eu estava tão frágil, justo hoje que eu queria tanto um ombro, um abraço, uma massagem, aquele olhar, talvez um sorriso, um abraço, um carinho...
Destino engraçado, estranho, por vezes cruel, brinca comigo, me envolve e te traz de volta, sua imagem na minha frente, o mesmo sorriso, o mesmo olhar, o mesmo jeito sedutor que tanto me fez delirar.
Delirar de amor, de duvidas, de insegurança e pro fim que me fez delirar perante a indiferença, o príncipe virando sapo, a história mal resolvida, a felicidade adormecida...
Justo hoje que minha energia tava tão baixa, que meu coração tava tão quietinho, que meu cabelo tava bagunçado, que eu tava de uniforme, que eu tava com uma espinha no queixo, que minha vaidade tava tão baixa, que nem o salto alto tava comigo.
Justo agora que você estava de príncipe e eu de gata borralheira, que o sapato de cristal não entrava no meu pé cansado, que a fada madrinha esqueceu de aparecer, que eu tava com preguiça de viver...
Seria o destino querendo me mostrar quão frágil é esta minha paz, tentando me fazer enxergar que simplesmente desistir e anular o sentimento, seguir em frente e sorrir feliz, é puro engano?
Seu olhar de 5 segundos, ao acaso, um sorriso, um “Olá” impessoal, mesmo depois de tanto tempo, causou todo esse tormento, toda essa confusão de sentimentos.
Deixou-me entregue, vulnerável, frágil, tonta de um amor que não tem juízo nem razão, mas ainda bate forte nesse leviano coração!!!
Morgana Fernandes – 24/02/2011
