segunda-feira, 25 de março de 2013

GABITO NUNES


"Veja bem. Não tô dizendo que superei, as feridas estão comigo, servindo de baliza pra reconhecer esse lado quente e fresco das coisas. Mas eu preciso ir, não posso falar contigo agora. Tenho pressa de apertar o play. Dá licença? Então sai debaixo da minha sacada. E da próxima vez que sair na chuva, vê se antes aprende a se molhar."
Gabito Nunes

GABITO NUNES

Humor negro é precisar curar a saudade provocada pelo veneno irônico e melancólico de desejar a mais doce presença –
que nunca tive - de todas que eu amei.
Gabito Nunes

domingo, 24 de março de 2013

MINHAS MUSICAS, MINHA POESIA, UM DOMINGO NUBLADO, TUDO QUE ME RESTA, DE TUDO ESSE TANTO JÁ ME BASTA...

MORGANA FERNANDES

Glen Hansard performing "Say it to me now"

Glen Hansard performing "Say it to me now" solo and unplugged at Festsaal Kreuzberg Berlin at his European Tour 2011 (4.10.2011)

terça-feira, 19 de março de 2013

LER

Alguns gostam de ler jornais, outros curtem revistas, muitos são fascinados por gibis histórias repletas de heróis, vilões e mocinhas,
mas se perguntarem por MIM, bom podes dizer que EU, bom EU gosto mesmo é da boa e velha POESIA, um romance, um conto, uma viagem ao passado através de um livro, isso é o que de fato me fascina e define, sou parte das histórias ou estórias que leio, dos poemas que declamo, dos livros que que vorazmente devoro ansiosa por emoções, sentimentos, palavras e desfechos, recrio os personagens, visualizo as histórias me perco em linhas, estrofes, galanteios e floreios, é disso que gosto, é isso que sou, é como EU estou!!!
 
CULTURA É O QUE ME COMPÕE, LITERATURA É O AR QUE RESPIRO, POESIA SÃO MEUS MELHORES E MAIS ARDENTES SUSPIROS...
 
MINHA VIDA SÃO COMO AS PAGINAS DE UM RARO LIVRO ANTIGO...
 
Morgana Fernandes
(Biblioteca do Trinity College – Dublin – Irlanda)

segunda-feira, 18 de março de 2013

VANDALISMO - AUGUSTO DOS ANJOS



Meu coração tem catedrais imensas,
Templos de priscas e longínquas datas,
Onde um nume de amor, em serenatas,
Canta a aleluia virginal das crenças.


Na ogiva fúlgida e nas colunatas
Vertem lustrais irradiações intensas
Cintilações de lâmpadas suspensas
E as ametistas e os florões e as pratas.


Como os velhos Templários medievais
Entrei um dia nessas catedrais
E nesses templos claros e risonhos ...

E erguendo os gládios e brandindo as hastas,
No desespero dos iconoclastas
Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!


 Augusto dos Anjos
 

AMOR E TANGO - METADE - OSWALDO MONTENEGRO


Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...


Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...


Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...


Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão...


Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...


Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...


Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para faze-la florescer;
Porque metade de mim é plateia
E a outra metade é canção...


E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.
Oswaldo Montenegro

quinta-feira, 14 de março de 2013

VIDA DE SOLTEIRA...

A – T – I – T – U – D – E ... Homens

Pra você que fica aí se dizendo dono, cheio de razão e de moral, mas que na pratica é ATITUDE ZERO...
Fica de BLA BLA BLA, só mandando mensagens, telefonemos e juras de amor virtuais...
Mas na hora do olho no olho, pele na pele, mão na cintura e braço no abraço, desaparece...
Falar que pode fazer, não é fazer...
Se não germinar a rosa não vai florescer,
Se não cuidar, vai perecer...
Terreno baldio sem terra invade, incendeia e vai viver...

Morgana Fernandes


terça-feira, 12 de março de 2013

CLARICE LISPECTOR


“Uma vez eu irei. Uma vez irei sozinha, sem minha alma dessa vez. O espírito, eu o terei entregue à família e aos amigos com recomendações. Não será difícil cuidar dele, exige pouco, às vezes se alimenta com jornais mesmo. Não será difícil levá-lo ao cinema, quando se vai. Minha alma eu a deixarei, qualquer animal a abrigará: serão férias em outra paisagem, olhando através de qualquer janela dita da alma, qualquer janela de olhos de gato ou de cão. De tigre, eu preferiria. Meu corpo, esse serei obrigada a levar. Mas dir-lhe-ei antes: vem comigo, como única valise, segue-me como um cão. E irei à frente, sozinha, finalmente cega para os erros do mundo, até que talvez encontre no ar algum bólide que me rebente. Não é a violência que eu procuro, mas uma força ainda não classificada mas que nem por isso deixará de existir no mínimo silêncio que se locomove. Nesse instante há muito que o sangue já terá desaparecido. Não sei como explicar que, sem alma, sem espírito, e um corpo morto — serei ainda eu, horrivelmente esperta. Mas dois e dois são quatro e isso é o contrário de uma solução, é beco sem saída, puro problema enrodilhado em si. Para voltar de ‘dois e dois são quatro’ é preciso voltar, fingir saudade, encontrar o espírito entregue aos amigos, e dizer: como você engordou! Satisfeita até o gargalo pelos seres que mais amo. Estou morrendo meu espírito, sinto isso, sinto...”

CLARICE LISPECTOR

"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."