terça-feira, 13 de setembro de 2011


Sou viciada em carinhos
em abraços
em beijos
em afagos

Sou viciada em afetos
em ternura
em toques
em meiguice

Sou viciada em mar
em luar
em amanhecer
em chegar

Sou viciada em afeto
em sedas
em sussurros
em roçar as peles

Sou viciada em gostar
em filhos
em música
em amores

Sou viciada em cinema
em escultura
em fantasias
em literatura

Sou viciada em me emocionar
com pessoas

Sou viciada em sonhar
em devaneios
em me iludir
em insistir

Sou viciada em Brasil
em café
em sabores

Sou viciada em esperança
em voltar
em ficar

Sou viciada em amar
em todas as formas de vida
em todas as formas de sonho
em todos os jeitos de dar

Em recordar sorrisos
em recordar abraços
em recordar amores

Em nostalgia!
Em recordar...!
Viver!

E assim, vou morrer de overdose
cheirando amor
enlouquecida em desejos
delirando poesia.

Magda Maria Almodóvar


"Existe um ser que mora dentro de mim como se fosse casa dele, e é. Trata-se de um cavalo preto e lustroso que apesar de inteiramente selvagem - pois nunca morou em ninguém nem jamais lhe puseram rédeas nem sela - apesar de inteiramente selvagem tem por isso mesmo uma doçura primeira de quem não tem medo: come às vezes na minha mão. Seu focinho é úmido e fresco. Eu beijo o seu focinho. Quando eu morrer, o cavalo preto ficará sem casa e vai sofrer muito. A menos que ele escolha outra casa e que esta outra casa não tenha medo daquilo que é ao mesmo tempo selvagem e suave. Aviso que ele não tem nome: basta chamá-lo e se acerta com seu nome. Ou não se acerta, mas, uma vez chamado com doçura e autoridade, ele vai. Se ele fareja e sente que um corpo-casa é livre, ele trota sem ruídos e vai. Aviso também que não se deve temer o seu relinchar: a gente se engana e pensa que é a gente mesma que está relinchando de prazer ou de cólera, a gente se assusta com o excesso de doçura do que é isto pela primeira vez."

Clarice Lispector

Blue Eyes... Olhos Azuis!!!

Aqueles olhos azuis...


Lindos olhos azuis, sorriso franco, um jeito meio retraido e encantador, ele não fala de amor, tem um pouco de pudor, mas é meu amigo e fica do meu lado com seu jeito sossegado, a sorrir pra mim...





Olhos lindos que nunca nem vi, mas que mesmo de longe, sem saber como são, mas posso sentir que estes lindos olhos azuis brilham muito quando ele sorri, olhos de menino anjo, olhos lindos de um sonhador sensato!






Lindos olhos azuis que me ouvem, me aguentam e até me contemplam, ficam sempre do meu lado e me encantam sossegados, esses lindos e brilhantes olhos azuis, de menino com jeito maroto que inteligente me analisa, ri de mim e comigo, me ensina de um jeito sútil, me encanta de mansinho e me trata com carinho, meu lindo amigo de olhos azuis!


Olhos azuis que cativam assim, são raros e sei que como os dele não existam outros iguais, pra mim seus olhos são unicos como seu sorriso, como cada conversa que temos, como cada momento que passa sem passar, cada encantamento que surge dessa nossa linda e incomum amizade, podem não existir possibilidades, mas nada importa, porque ele é o meu lindo amigo de olhos azuis!



Sei que através destes olhos meu mundo vai ser sempre mais azul, pois a melhor versão de mim mesma está sempre estampada em teus lindos olhos azuis!





Morgana Fernandes - 13/09/2011

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Mais uma vez... Martha Medeiros... A DOR QUE DÓI MAIS...



A DOR QUE DÓI MAIS



Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. 


Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.
Martha Medeiros

Regra ou Exceção???




Cansei de ser a regra, cansei de ser mais uma simples estatística, um numero, uma mulher entre tantas outras, que vive, que chora, que sofre, que ama e que é fatalmente abandonada, ou até mesmo ser aquele tipo cruel, que abandona, que foge, que tonta de medo, desiste e nunca persiste, não se arrisca e não tem certeza, não se entrega, não sofre, mas também não ama, se afasta e não se gasta, não se consome, a regra, mais uma na multidão, com um toque de irreverência e ousadia, mas nada diferente da grande maioria...


Cansei, não quero mais ser esta regra, não quero mais acreditar que sou a regra, que meu milagre não vai acontecer, que meu dia não vai chegar, que não vou ser a exceção de ninguém...


Quero acreditar que idade não existe, que o impossível é o que não tentamos, que o amor é fruto de tudo que buscamos, que construímos e destruímos, viver uma paixão é pra quem tem coragem, pra quem vence o medo, pra quem acredita...


Quero o meu milagre, o milagre que mereço, o milagre que é só meu, aquele com meu nome, sobrenome e ainda um laço, para que quando eu encontra-lo não me reste dúvida, só a certeza de que enfim o momento chegou...


Quero e vou acreditar que sou a EXCEÇÃO, que encontrei minha PAIXÃO, que mereço ser tratada como exceção, que devo ser amada, mas não amada de qualquer jeito, não amada mais ou menos, NÃO AQUELE AMOR CONVENCIONAL, eu quero um AMOR maiúsculo, aquele amor Maior, sublime e soberano, um amor assim feito cena de cinema, com rosas e cartas apaixonadas, olhos brilhando, corações disparados, beijos intermináveis, momentos incomparáveis, um amor assim do jeito que sempre sonhei pra mim...


Hoje tudo que quero acreditar é que a unica regra no AMOR é AMAR... 


Morgana Fernandes (momentos morganóides aflorados pela lua cheia) 12/09/2011

Esses olhos...

Eis que de repente, você me sorri com esses olhos brilhantes, esse jeito maroto de menino conquistador
Eis que neste instante em completo desatino, cai por terra meu parco juizo, me lançando em uma nova estrada, me tirando totalmente do meu caminho...





Se pelo mais breve instante, sua presença me incomoda, seu sorriso me apavora, seu sussurro me devora, caio em sua cama sem mais demora...


Se nesta noite sua verdade for mais sincera, sua maldade não mais severa, sua malicia o meu enfeite, tuas caricias pra meu deleite, entre mentiras e fantasias, enfim perdidos em ódio e ternura, amor e loucura, desejo e procura.

Morgana Fernandes - 12/09/2011


Amor de Pinguim...



"Uma grande curiosidade sobre os pingüins é sua fidelidade conjugal: eles costumam passar a vida inteira com o mesmo parceiro. O pingüim quando escolhe sua parceira, só tem relação com ela até seus últimos dias, é fiel, e caso um morra 1º que o outro, ele não arruma mais ninguém.



Todos os anos, a partir do mês de agosto, eles começam a namorar. Esse é o mês em que o sol retorna, e começa o ciclo reprodutivo dos pingüins. Surge o fenômeno da construção dos ninhos, que é muito interessante.

Eles têm dezesseis semanas para escolher um lugar e construir um ninho. O ninho é feito com pedrinhas; o problema é que o pingüim carrega uma só pedrinha por vez e, quando começa o namoro, a situação é meio caótica - é uma corrida para construir os ninhos o mais rápido possível.

Os pingüins trabalham durante dezesseis semanas, vinte e quatro horas por dia, sem parar um minuto, transportando pedrinhas para fazer o ninho.
É um trabalho engraçado porque há vezes em que eles descobrem um monte de pedrinhas e não adianta nada, pois só carregam uma de cada vez.
Quando alguns casais mais afoitos, mais apaixonados, descobrem muitas pedrinhas em algum lugar, saem os dois juntos para pegá-las de duas em duas; o problema é que, neste caso, ninguém fica cuidando do ninho e, ao retornarem, outros pingüins já roubaram tudo."

Eu quero um amor de Pinguim, sentir que vivi toda a vida para chegar naquele momento e encontrar aquela que não será a mais perfeita das pessoas, mas que dentro de suas imperfeições, vai me amar "apesar de"... e não somente "por causa de"...




E você, já encontrou seu pinguim??




 "Um amigo me chamou para ajudá-lo a cuidar da dor dele. Guardei a minha no bolso. E fui."
Caio Fernando Abreu

Martha Medeiros - Strip-Tease


Strip-Tease

Chegou no apartamento dele por volta das seis da tarde e sentia um nervosismo fora do comum. Antes de entrar, pensou mais uma vez no que estava por fazer. Seria sua primeira vez. Já havia roído as unhas de ambas as mãos. Não podia mais voltar atrás. Tocou a campainha e ele, ansioso do outro lado da porta, não levou mais do que dois segundos para atender.












Ele perguntou se ela queria beber alguma coisa, ela não quis. Ele perguntou se ela queria sentar, ela recusou. Ele perguntou o que poderia fazer por ela.

















A resposta: sem preliminares. Quero que você me escute, simplesmente.


















Então ela começou a se despir como nunca havia feito antes.

















Primeiro tirou a máscara: "Eu tenho feito de conta que você não me interessa muito, mas não é verdade. Você é a pessoa mais especial que já conheci.

















Não por ser bonito ou por pensar como eu sobre tantas coisas, mas por algo maior e mais profundo do que aparência e afinidade. Ser correspondida é o que menos me importa no momento: preciso dizer o que sinto".















Então ela desfez-se da arrogância: "Nem sei com que pernas cheguei até sua casa, achei que não teria coragem. Mas agora que estou aqui, preciso que você saiba que cada música que toca é com você que ouço, cada palavra que leio é com você que reparto, cada deslumbramento que tenho é com você que sinto.













Você está entranhado no que sou, virou parte da minha história."

















Era o pudor sendo desabotoado:




















 "Eu beijo espelhos, abraço almofadas, faço carinho em mim mesma tendo você no pensamento, e mesmo quando as coisas que faço são menos importantes, como ler uma revista ou lavar uma meia, é em sua companhia que estou".

















Retirava o medo: "Eu não sou melhor ou pior do que ninguém, sou apenas alguém que está aprendendo a lidar com o amor, sinto que ele existe, sinto que é forte e sinto que é aquilo que todos procuram.



















Encontrei".


















Por fim, a última peça caía, deixando-a nua






















"Eu gostaria de viver com você, mas não foi por isso que vim. A intenção é unicamente deixá-lo saber que é amado e deixá-lo pensar a respeito, que amor não é coisa que se retribua de imediato, apenas para ser gentil. Se um dia eu for amada do mesmo modo por você, me avise que eu volto, e a gente recomeça de onde parou, paramos aqui".














E saiu do apartamento sentindo-se mais mulher do que nunca.













Martha Medeiros

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

HOJE EU TO SOZINHA - ANA CAROLINA

HOJE EU TÔ SOZINHA
E NÃO ACEITO CONSELHO
VOU PINTAR MINHAS UNHAS E MEU CABELO DE VERMELHO

HOJE EU TÔ SOZINHA

NÃO SEI SE ME LEVO
OU SE ME ACOMPANHO
MAS É QUE SE EU PERDER
EU PERCO SOZINHA
MAS É QUE SE EU GANHAR
AÍ, É SÓ EU QUE GANHO
HOJE EU NÃO VOU FALAR MAL NEM BEM DE NINGUÉM
HOJE EU NÃO VOU FALAR BEM NEM MAL DE NINGUÉM

LOGO AGORA QUE EU PAREI
PAREI DE TE ESPERAR
DE ENFEITAR NOSSO BARRACO
DE PENDURAR MEUS ENFEITES
TE FAZER UM CAFÉ FRACO
PAREI
DE PEGAR O CARRO CORRENDO
DE LIGAR SÓ PRÁ VOCÊ
DE ENTENDER SUA FAMÍLIA
E TE COMPREENDER
HOJE EU TÔ SOZINHA
E TUDO PARECE MAIOR
MAS É MELHOR FICAR SOZINHA
QUE É PRÁ NÃO FICAR PIOR