quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Tanto e tão Pouco... Morgana Fernandes

Como se iniciar pelo meu pior fosse um jeito de dizer que me aceitava, que me queria de qualquer jeito, azar se desde guria sempre fui a última a ser escolhida, do amor a times de vôlei. Você disse que eu tinha uns pés lindos, mas lindo mesmo fica você quando mente pra mim.
Gabito Nunes

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Estou vivendo uma fase de pura fartura e escassez, tenho tudo e sinto como se nada tivesse, me falta algo que não sei bem o que, recebo mensagens, ligações, flores, posso ter amores, amantes, amigos, cúmplices e até inimigos...

Tenho varias ofertas de trabalho, varias possibilidades de romance, são tantos caminhos a minha frente, e no entanto me sinto, como em uma encruzilhada, totalmente acuada, por vezes penso que não sei qual caminho seguir, pois ainda não sei onde quero chegar, será que realmente faço o que quero e gosto?

Será que de fato quero me apaixonar?

Sem saber pra onde ir, fica mais difícil de chegar...

Ou seria a solidão tão temida, minha solução, essa dependência de estar amando, de ter que estar irremediavelmente se apaixonando, sofrendo, vivendo euforia e agitação, depois o vazio, durante o vazio, será que isso se tornou um ciclo vicioso? simplesmente pra esconder o que de fato quero? ou será então que nada quero?

Por vezes penso que tudo que mais desejo, é um bom emprego, um amor, minha casa com gramado, uma piscina no quintal, um belo dia de sol, churrasco e a cia da família e dos amigos, mas em outros momentos meu maior desejo é viajar o mundo, conhecer lugares, desvendar mistérios a cerca do mundo, das pessoas, do amor e de minha própria existência, me aventurar, sentir a vida pulsando dentro de mim.

Então penso que essa ânsia de sentir a vida é inútil, não preciso conhecer o mundo para sentir a vida, preciso sentir a vida para enxergar o mundo, para senti-lo, pois sentimos a vida o tempo todo, a todo instante a cada segundo que respiramos é a vida indo e vindo, passando por nós ou nos carregando consigo.

Por muito tempo eu costumava dizer que sentia como se a vida estivesse passando diante de meus olhos e eu não estivesse participando dela, como se eu ficasse apenas na plateia, assistindo inerte, o que eu não sabia é que aquela era a minha vida acontecendo e quem decidiu deixar o palco fui eu, quem sentou na plateia lá no fundo escondida também fui eu, quem resolveu sair do teatro adivinhem... somente EU, que resolvi ir buscar na rua a resposta para o que estava diante de meus olhos, bem ali acontecendo, em mim, comigo e pra mim...

Tudo tenho e tão pouco me falta, mas esse pouco, me faz tamanha falta!!!

Morgana Fernandes - 14/09/2011

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