segunda-feira, 17 de outubro de 2011

NO INSTANTE DE NÓS DOIS... MORGANA FERNANDES

Tenho meus calos, minhas inflamações, esses seres que alheios à minha vontade, fazem parte de mim,

Parte do que sou e como sou, como reajo à algumas situações que me remetem à um passado que não me agrada,

Que de certa forma ainda grita, ainda inflama, ainda dói...

Reajo instantaneamente e instintivamente ao menor sinal de perigo, de incerteza, de rejeição ou deboche,

Diante de como você me VÊ, diante de como acho que você está me vendo, baseada nas suas atitudes, nas suas palavras,

Por vezes felizes, por outras nem tanto,

Essa incerteza que reina e comanda meus dias, cada vez que penso em você, me enlouquece,

Me afasta, me magoa,

Enfim encontrar algo raro,

Ter certeza na incerteza de outra pessoa,

Isso só pode ser demência,

Uma demência que por vezes desperta o que há de pior em mim,

Uma face que julgava ter abandonado por completo quando você me beijou,

Naquele fim de tarde, de uma sexta feira qualquer, inesperadamente, ardentemente,

Aquele beijo ainda lateja em minhas entranhas e não me deixa partir,

De alguma forma também sinto você ligado a mim,

Com todas as suas dúvidas certas, com todo seu medo infantil,

Quando você me olha, não é só meu mundo que ganha novo sentido, mas o seu também,

Nossos olhos se cruzam de tal maneira, que todo o resto desaparece, no instante de nós dois,

Deixa de fazer sentido, ultrapassa a lei da razão, algo muito além da paixão,

Dessas que vim colecionando ao longo da vida, das quais por vezes você fugiu

Não consigo fugir de você e nem você se livrar de mim...


Morgana Fernandes

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