terça-feira, 29 de novembro de 2011

Sexo, Amor, Internet, Poemas entre outras coisas...


Então enfim você me chamou, ou eu te chamei não sei ao certo, aquela janelinha com seu nome que tempos não via subir na tela do meu computador, enfim surgiu, falamos trivialidades, um papo leve e gostoso como há muito não tínhamos, o tempo de fato tinha nos feito muito bem, te ofereci pizza você negou, eu havia passado disfarçadamente pela frente da sua casa de carro minutos atrás e você estava na calçada, fiquei sem jeito e nem olhei, meus momentos de adolescente pega em flagrante fazendo arte, mas falamos, nos despedimos e tornamos a falar, como fazíamos naquele tempo em que você insistia em me conquistar e eu insistia em te manter distante, gostava de rir, conversar com você, mas na verdade te achava legal demais, para se tornar um simples cara que ia fazer eu me apaixonar e que depois iria partir e eu iria classificar como "mais um idiota", não dava pra fazer isso com você e eu soube desde as primeiras conversas, nos conhecíamos a vida inteira moramos praticamente na mesma rua, seria inevitável que fosse diferente, seria inevitável que acontecesse e eu resisti a 3 encontros, 5 dias, até não resistir, até tudo acontecer, até darmos uma volta inteira em torno de nós mesmos e acabarmos ao ponto inicial, a conversa leve, o papo solto, até que não lembro bem como eu disse que ia a sua casa, acho que você me convidou pra comer pizza, eu já havia comido e estava explodindo, mas não pensei duas vezes e fui, enfim estar com você frente a frente depois de 20 dias dessa sua ausência, não pensei em nada, não fiz charme, não fiz drama, simplesmente peguei as chaves do carro, sem trocar de roupa, sem passar batom, sem nem olhar no espelho, instantes depois eu estava na frente da sua casa, tremendo, nervosa, aflita como uma adolescente quando vai receber o primeiro beijo, como dia de vestibular, como entrevista de emprego, como na primeira noite de amor, me atrapalhei um pouco, você me pediu pra sentar, sua pizza chegou, eu não consegui nem disfarçar, não estava com fome e mesmo se estivesse nem água desceria naquele momento, sentei no sofá, você no colchão que estava no chão, típico de quem não agüenta a solidão do quarto com a cama vazia, ou que já cansou de dormir no sofá, ou ainda que simplesmente passa as noites vendo a TV, que você insiste em não ter no quarto.

 

Você comeu, eu fiquei te olhando, não consegui dizer nem uma palavra se quer do discurso que havia ensaiado a tanto, nada mais fazia sentido, afinal você estava ali, eu estava ali e quando nos olhávamos as palavras perdiam o sentido, não eram necessárias, então pedi pra chegar perto, você ali sentado com as pernas cruzadas e o travesseiro no colo, era o encaixe perfeito pra apagar tudo que havia acontecido, e eu deitei como uma criança no colo da mãe, me aconcheguei no teu colo e me entreguei à fragilidade que só você sabe despertar, minha mente ficou vazia naquele instante, as palavras fugiram, não importava mais meus motivos ou suas razões, éramos nós outra vez...


 


E você balbuciou algo do tipo: "Tu é foda"... acho que foi isso, logo depois estávamos nos beijando e aquele beijo fez arder em nós tudo que estava adormecido, em segundos estávamos sem roupa, em segundos nos amávamos como se fosse ontem, como se não houvesse amanhã, sem roupa naquele colchão no chão da sala depois enfim conversamos, seus olhos mudaram, é de fato não era mais do mesmo jeito, muita coisa havia se passado, você havia mudado, eu tinha medo, você tinha medo, ambos temíamos que não houvesse amanhã, queríamos um ao outro, mas havia tanta coisa, não éramos mais só nós e o mundo, era o mundo e nós, nos vestimos, não como amantes que se conhecem como sempre havia sido, mas como estranhos que transaram no primeiro encontro, você disfarçou, eu fui legal, falei que tudo bem, olhamos fotos, você contou histórias, falou de outras mulheres, de outros tempos, ver o brilho de magoa nos seus olhos vendo outra mulher foi de matar, eu poderia reclamar, mas naquele momento precisei te consolar, fiquei apenas ouvindo, você precisava muito  mais da amiga que sempre quis ser do que da mulher que você não permitiu que eu fosse, é claro que você e ela é algo que não existe a muito tempo, eu sei disso, mas você não sabe e isso me deu certa vantagem, não senti ciúmes, não senti raiva, nem tão pouco me senti usada, enganada nem nada do gênero, eu sabia porque estava ali, talvez você não soubesse porque me chamou, mas eu sabia todos os motivos que me levaram a ir, as horas passaram, nos despedimos com um beijo no rosto e eu fui, minutos depois quando estava guardando o carro na garagem, já em casa, o telefone toca e vejo seu retrato, mil coisas se passaram na minha cabeça naquele instante, ansiava por um algo mais, algo que me fizesse sentir de novo, meu coração pulou e atendi num impulso, e você disse simplesmente:

 

- Você esqueceu seus brincos...

 

Gaguejei e devo ter dito algo do tipo:

 

- Pego outro dia, sei lá...

 

Você perguntou se eu já estava em casa, eu disse que sim, não conseguiria ir buscar os brinco e te encarar novamente sem querer te beijar loucamente, sem querer dizer coisas, mas sabia que não era momento, entrei em casa, rolei horas na cama, repassando cada segundo daquela noite, cada olhar e por fim adormeci, sabendo que não haveriam mais surpresas, não haveriam mais ligações, dificilmente novos encontros, fui dormir com sensação de que não haveria amanhã, mas com a certeza de que havia feito a parte que me cabia...

 

Se irá acontecer novamente? Sinceramente não sei, você está sangrando e não fui eu quem te feriu, mas se eu ficar muito perto vai parecer que estou apertando a ferida e causando mais dor, quem sabe o tempo te faça ver que eu poderia ter cuidado suas feridas, que só queria teu bem, que você descontou em mim uma dor que não me cabia, tenho total certeza que quando tudo ficar mais calmo, quando em seus momentos, você relaxar e pensar, logo você vai perceber o quanto foi cego, que eu era o retorno na rodovia, eu estava ali o tempo todo indicando o caminho, só você não viu.


 

Muitas vezes estamos tão preocupados com o fato de termos entrado na estrada errada, de termos saído daquele que julgávamos ser o nosso caminho, da vida que estava toda desenhada em papel de pão e quando percebemos que sem entender o porque, nem como do nada tudo evaporou, virou pó que o vento levou, ficamos tão perdidos, que somos incapazes de enxergar os retornos, as vielas, as saídas que nos farão estar exatamente onde precisamos chegar, nem que estas estejam em outdoors em neon, pois não olhamos pra cima, não olhamos pra frente, não enxergamos que está do lado, só olhamos pra trás, pra aquilo que se foi e não tem a menor intenção de voltar, se perdeu pra sempre em algum lugar do passado...


 

E assim decido deixar você envolvido na sua dor, te deixo caminhar sozinho, não peço mais que segure na minha mão, deixo apenas a corda pendurada, pra quando você resolver sair do poço e encontrar o SOL e a VIDA que te esperam na superfície, se estarei lá pra te receber, gostaria, mas não sei, você me fez sentir novamente e por muito ou pouco tempo isso foi bom demais e sentir vicia, mas como minha ferida cicatrizou eu posso voltar ao ponto inicial e ser sua amiga, segurar na sua mão, você vai estranhar o sol afinal quem passa muito tempo no escuro, se incomoda com o brilho do SOL, te convidarei a voltar a vida... Assim como eu, assim como hoje e sempre eu VOLTEI...

 


Quero te trazer a luz, te dar a vida, mas para isso preciso estar na luz, se ficar tempo demais na escuridão em que você está, vou perder aquele brilho que fez você se encantar... Não serei mais EU...


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